Azul lança tapete virtual para agilizar embarques
Atualizado: 10 de set. de 2020
O embarque aéreo parece um processo bem simples: apresentação do documento no balcão para conferência, uma caminhadinha até a aeronave, procura pelo assento e, pronto, é só se acomodar. Mas não é bem assim. Essa é uma experiência recheada de ingredientes que podem torná-la bem desagradável, como as filas pré-embarque, o congestionamento nos corredores do avião e a difícil tarefa de guardar a bagagem sem acertar a cabeça do passageiro acotovelado ao lado.
Foi pensando nisso – e em como oferecer alguma vantagem a passageiros frequentes – que várias companhias aéreas criaram processos de escalonamento no embarque. Normalmente eles começam pelo cumprimento da lei, priorizando idosos, pessoas com crianças pequenas, gestantes e pessoas com deficiência, passam pelos clientes com cartões fidelidade e terminam nos demais passageiros, dividindo o acesso por fileiras. E, embora já represente um upgrade no processo, essa metodologia não é tão eficiente e continua provocando gargalos, principalmente no interior da aeronave.
Para resolver o problema, a Azul Linhas Aéreas criou um sistema de embarque apoiado pela tecnologia de realidade aumentada. Batizada de Tapete Azul, a novidade, que já está funcionando no aeroporto de Curitiba, consiste em um tapete virtual, projetado no chão, que interage com os passageiros enquanto eles aguardam sua vez.
O sistema é formado por um conjunto de projetores e monitores que simulam um tapete no chão, colorido e móvel, com as marcações dos assentos. Basta o passageiro se posicionar no quadrado que indica o seu número e acompanhar o fluxo. Os monitores, instalados no alto, mostram os assentos dos clientes que estão embarcando e os seguintes, porém em uma sequência que proporciona uma diminuição de até 20% no tempo em que uma pessoa leva até conseguir se acomodar no seu assento.
Como Funciona
No caso do Tapete Azul, a ordem do embarque continua priorizando os passageiros prioritários por lei, depois os portadores do cartão Diamante e, em seguida, os demais passageiros, divididos por intervalos de três fileiras, começando do fundo pra frente, em ondas de dez números. Ou seja, embarcam primeiros os passageiros das fileiras 30, 27, 24, 21, 18, 15, 12, 9, 6 e 3. Na sequência, uma nova onda começa no 29 e assim por diante.
Esse processo cria espaços grandes entre uma fileira e outra, facilitando a acomodação e liberando os corredores, e evita que um passageiro do corredor sente antes do que o da janela, já que eles estão lado a lado e podem se organizar. Do lado de fora, basta os passageiros se posicionarem sobre o tapete virtual, no campo destinado ao seu assento, e irem acompanhando o fluxo.
Para os passageiros com direito à prioridade, o embarque continua sendo da maneira tradicional, mas antecipado, para garantir a agilidade do fluxo que vem a seguir.
No que diz respeito ao impacto econômico, vale lembrar que cada minuto que as companhias aéreas ficam paradas nos hangares dos aeroportos custa – e não é pouco. O Tapete Azul, no entanto, pode trazer seu próprio retorno, já que, com o tempo, a ideia é vender patrocínio para empresas que queiram ver seus logotipos projetados sob os pés dos passageiros.
Fonte: Forbes
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