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As principais atrações entre Gramado e Canela

Atualizado: 7 de jan. de 2020





O teste de acessibilidade em Canela e Gramado começa logo na chegada ao aeroporto de Porto Alegre, de onde saem os ônibus para as pequenas cidades turísticas da região. Alguns dos veículos que fazem esse trajeto são um exemplo de acessibilidade. Foi a primeira vez que entre em um ônibus assim: há uma espécie de poltrona acessível que é fixada a um elevador, a poltrona desce até o nível da calçada, o passageiro se senta e a poltrona sobe novamente para seu lugar como se nunca estivesse saído dali.


Este ônibus é operado pela empresa Citral e, ao todo, são cinco unidades da frota que oferecem essa adaptação. Por isso, caso você precise, é necessário ligar para a empresa, informar o horário de chegada e, assim, ter certeza de que será recebido por um desses. Acesse mais informações clicando aqui ou ligando para (51) 35420200.


Ficamos em um hotel que fica no caminho entre Canela e Gramado. O Vestena Canela foi uma opção de hospedagem acessível. Apesar do banheiro adaptado, reparei que o assento disponível no chuveiro era muito inclinado fazendo com que a gente possa escorregar. Então liguei na recepção e me disponibilizaram uma cadeira de plástico para que eu ficasse mais confortável. Sem mais problemas.


A única desvantagem do local é que o acesso até as instalações é um caminho cheio de pedras, o que torna a caminhada um pouco mais difícil para quem está de cadeira de rodas, mas é super possível.


Terra Mágica Floriball





Os motoristas por aplicativo da cidade foram simpáticos e fizeram papel de guia turístico também. Falavam sobre a cidade, deram indicações sobre os principais pontos e nos ajudaram com a cadeira de rodas.


Só depois de chegar ao Floriball descobri que, na verdade, o parque tem um sistema de transporte para pessoas com deficiência. É uma doblô acessível, e não custou nem um valor a mais. Descobri que esse é um serviço comum e aberto a todas as pessoas em muitos dos parques da região. Se você precisa de alguma adaptação, é importante informar na hora de solicitar o veículo. Na volta, foi eles que me deixaram no hotel.


A maior parte deste parque é acessível, mas há alguns trechos em que a cadeira de rodas não sobe, já que o local tem muitos morros. Esse é um problema, aliás, que encontramos em toda a região de Gramado devido a sua geografia. Ali dentro, o Floriball também conta com um carrinho que fica encarregado de transportar as pessoas com dificuldade de locomoção na área interna do parque.


Há também a opção de pagar 20 reais por uma pequena motocicleta que facilita o passeio ali dentro. No entanto, alguns pontos são acessados apenas por escadas e não fui porque precisaria que alguém me carregasse no colo. Um dos restaurantes do local também precisa dar uma volta grande para chegar até lá, acabei escolhendo outro lugar para comer. Os banheiros do parque também são acessíveis.


Snowland




Esse é um parque de gelo onde é possível praticar esportes em neve artificial como patinação, esqui e snowboard.


Ali, há uma um trecho que simula uma montanha e que, apesar de ter uma rampa de acesso à neve, é bem difícil impulsionar a cadeira de rodas sobre o gelo. Para isso, contei com a ajuda de alguns dos instrutores que foram bem atenciosos. Dois rapazes me acompanharam para conhecer todo o parque, esperaram que eu fizesse as fotos e depois me deixaram já perto da saída. Lembrando que inclusivo mesmo seria se eu pudesse fazer tudo sozinha.



Não consegui praticar nenhum esporte enquanto estive lá, mas segundo a assessoria do parque, há projetos para que ele seja mais inclusivo. Isso porque já há alguns paratletas que frequentam o local, e já é possível fazer patinação com a cadeira de rodas. No entanto ainda não é possível praticar esportes como o esqui, por exemplo.


Centro da Cidade


Acabei optando por não ir no banheiro no Snowland e me arrependi muito. Isso porque decidimos comer no McDonalds do centro da cidade. Para minha surpresa, era necessário subir dois degraus e a cadeira de rodas sequer passava na porta. Minhas irmãs que viajaram comigo me carregaram para dentro do banheiro e contei com a ajuda da menina responsável pela limpeza que ficou vigiando a porta para garantir que ninguém mais entraria enquanto eu estivesse ali.


O restante do centro turístico da cidade conta com rampas nas calçadas, mas quando você começa a passear por dentro dos bairros, os caminhos ficam mais difíceis por conta dos morros.


Além disso, poucos foram os restaurantes acessíveis que encontrei, seja por não terem rampas na entrada ou por não terem banheiros em que eu conseguisse entrar.


A famosa rua torta





Essa rua é famosa por suas curvas e por sua subida. Para quem está de cadeira de rodas, é possível fazer este caminho com ajuda de alguém te empurrado. O asfalto ali fica tão íngreme que às vezes a cadeira chegava a ficar sem atrito no chão. Mas é possível se estiver com alguém para ter fornecer aquela ajuda ou se você estiver com bastante força no tronco e nos braços.


Lago Negro




Este é um dos pontos turísticos mais famosos de Gramado. As águas escuras e profundas do Lago Negro são envolvidas pelo verde das árvores que fazem deste um dos lugares mais bonitos da cidade. Sua profundidade alcança 14 metros. O local é bem movimentado e muitas pessoas se reúnem seja para passear nos pedalinhos, caminhar em volta do lago ou para fazer piquenique.

O local conta com banheiros acessíveis. A orla tem rampas e não há nada que impeça a locomoção das pessoas com deficiência.


Alpen Park




Esse é um parque de diversões tradicional que tem um mirante com vista para as serras da região. Em dias de neblina você se sente quase em um cenário europeu. O parque também conta com certa estrutura de acessibilidade. A única parte mais difícil foi acessar o “carrinho de bate bate”. Além disso, foi tranquilo entrar em outros brinquedos, já que consegui fazer a transferência da cadeira de rodas para eles sem nenhum problema.


No entanto, ao contrário dos outros parques que visitamos, este não tem serviço de transporte para as pessoas com deficiência até os hotéis.


Bondinho




O bondinho também tem lá suas soluções para acessibilidade. Tem elevador disponível o tempo todo e não é necessário chamar ninguém para fazer ele funcionar. Para entrar nas cabines, no entanto, é necessário pedir ajuda porque não há rampa.


Apesar dessa pequena barreira, a atenção dos funcionários fez com que fosse menos constrangedor quando foi preciso inclinar a cadeira de rodas em uma altura suficiente para transpor o degrau do bondinho.


Mini Mundo





Este é um parque de miniaturas. Em 1981, um avô resolveu presentear seus netos com esses pequenos objetos em uma área de lazer, ao lado do Hotel Ritta Röppner, pertencente à família. Aos poucos, essa pequena brincadeira foi crescendo, até que em 1983 ela foi aberta ao público.


O banheiro do local, apesar de acessível, não é inclusivo, já que fica fechado o tempo todo e é necessário esperar um funcionário vir com a chave para abrir a porta. O argumento deles é a necessidade de preservar a limpeza do banheiro e impedir que pessoas que não precisam utilizem ele.


Uma pessoa em cadeira de rodas consegue dar a volta em todo o parque, no entanto há algumas rampas que são muito íngremes e acabei precisando de uma forcinha das pessoas que estavam comigo para ganhar impulso e conseguir subir alguns desses morros.



Janaína Queiroz, 29, vive com uma lesão medular e se locomove por cadeira de rodas.

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